sexta-feira, 11 de maio de 2012


Já ouviu aquela frase “Quem vive de passado é museu?” Tô achando que sou um museu. Não sei esquecer, deixar pra lá, e largar de lado aquilo que tanto me marcou. E isso acaba sendo um problema. Problema que não me deixa seguir em frente sem dar aquela leve espiadinha lá atrás. Complicado. Tão complicado que chega a ser um defeito. Um defeito chamado “se importar”. Tá que se importar não é um defeito, mas passa a se importar demais pra você vê a merda que acontece. Não consigo me importar pouco, ou na medida certa. Sempre exagero. Se eu me importo, me importo demais. Pra caralho. Em excesso. Na verdade, eu queria saber como esquecer. Por onde começo? Poetas pediriam uma dose de amnésia. Já os jovens, não se contentariam com um pouco, então pediriam litros e mais litros. Agora eu? De tão exagerada que sou, pediria um tonel mesmo. Só assim pra poder esquecer, eliminar, deletar de vez sem direito a restauração. Mas eu não precisava esquecer, e sim desapegar. Pro-ble-ma-ço. Ainda não fiz a matéria “desapego”, e se fiz, tenho quase certeza que reprovei. Até hoje não aprendi, não sei, não decorei. O que é uma pena. Mas quer saber de uma coisa? Tô achando que não sou museu não. Museu ganha pra viver de passado, já eu, pago até hoje por isso. 



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