Já ouviu aquela frase “Quem vive de passado é museu?” Tô achando que sou um museu. Não sei esquecer,
deixar pra lá, e largar de lado aquilo que tanto me marcou. E isso acaba sendo
um problema. Problema que não me deixa seguir em frente sem dar aquela leve
espiadinha lá atrás. Complicado. Tão complicado que chega a ser um defeito. Um
defeito chamado “se importar”. Tá que se importar não é um defeito, mas passa a
se importar demais pra você vê a merda que acontece. Não consigo me importar
pouco, ou na medida certa. Sempre exagero. Se eu me importo, me importo demais.
Pra caralho. Em excesso. Na verdade, eu queria saber como esquecer. Por onde
começo? Poetas pediriam uma dose de amnésia. Já os jovens, não se contentariam
com um pouco, então pediriam litros e mais litros. Agora eu? De tão exagerada
que sou, pediria um tonel mesmo. Só assim pra poder esquecer, eliminar, deletar
de vez sem direito a restauração. Mas eu não precisava esquecer, e sim
desapegar. Pro-ble-ma-ço. Ainda não fiz a matéria “desapego”, e se fiz, tenho quase certeza que reprovei. Até
hoje não aprendi, não sei, não decorei. O que é uma pena. Mas quer saber de uma
coisa? Tô achando que não sou museu não. Museu ganha pra viver de passado, já
eu, pago até hoje por isso.
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